I- Introdução

Partindo da ideia de felicidade de Aristóteles (eudaimonia), a Psicologia Positiva acredita na felicidade como resultado de uma vida virtuosa. A partir desse princípio, os pesquisadores compilaram e estudaram mais de duzentos códigos de conduta das culturas oriental e ocidental, tais como a Bíblia, Alcorão, Bushido (código moral dos samurais), a filosofia moral etc, procurando virtudes comuns a todos eles. Chegaram, assim, a seis virtudes: sabedoria, coragem, amor, justiça, moderação e transcendência. O próximo passo surgiu do questionamento: Quais as características que um ser humano deveria ter para conquistar tais virtudes? Os pesquisadores chegaram, assim, a 24 características, as quais chamaram de forças pessoais.

A Psicologia Positiva acredita que todas as pessoas tenham suas forças pessoais, que corresponderiam àquilo que de melhor temos a oferecer ao mundo. É claro que temos outras qualidades além de nossas forças pessoais. Contudo, somente as forças são derivadas das chamadas virtudes ubíquas (que aparecem em todas as culturas, conforme a pesquisa citada acima).
Desta forma, as forças pessoais são as seguintes:

1 – Curiosidade e interesse pelo mundo
2 – Gosto pela aprendizagem
3 – Pensamento crítico / lucidez
4 – Criatividade / originalidade
5 – Inteligência emocional / social
6 – Perspectiva
7 – Bravura / valentia
8 – Perseverança
9 – Integridade/autenticidade
10 – Bondade / generosidade
11 – Capacidade de amar e ser amado
12 – Cidadania
13 – Justiça / imparcialidade
14 – Liderança
15 – Auto-controle
16 – Prudência
17 – Humildade / modéstia
18 – Apreciação da Beleza e Excelência
19 – Gratidão
20 – Esperança
21 – Espiritualidade
22 – Perdão
23 – Humor
24 – Entusiasmo / paixão / animação

Ao observar a lista acima, dificilmente alguém poderia dizer não possuir pelo menos um pouco de cada força. Portanto, um diagnóstico baseado na identificação das forças pessoais jamais poderia ser feito no sentido de tentar determinar se um indivíduo as possui ou não.

Por outro lado, sabemos que dentre essas 24 forças existem aquelas que nos são características, ou seja, que são muito fortes em nós. Sendo assim, um diagnóstico baseado nas forças pessoais procura identificar quais as 5 forças mais evidentes que possuímos. São essas 5 forças que denominamos as forças pessoais de um indivíduo.

II- A Mensuração das Forças Pessoais

Existem muitos instrumentos (questionários ou inventários) utilizados no mundo todo para mensurar as forças pessoais de um indivíduo. O primeiro deles, chamado de VIA (“values in action”) foi desenvolvido pelos psicólogos americanos Cristopher Peterson & Martin Seligman, ainda em 2004. Trata-se de um instrumento composto originalmente por 240 perguntas e que fornece um ranqueamento das 24 forças do indivíduo, de forma a permitir que ele identifique rapidamente suas forças pessoais (ou seja, suas 5 mais fortes).

O VIA foi traduzido para muitas línguas, porém, o original em inglês trazia muitas expressões e ideias fortemente ligadas à cultura norte-americana. Após muitos ajustes e adaptações o IPPC iniciou uma série de ensaios experimentais que resultaram no FPA (Forças Pessoais em Ação), que é o inventário que você, diligentemente, respondeu. Partindo inicialmente da experiência clínica e, posteriormente das aplicações em organizações, o FPA vem sendo submetido a meticulosos testes e calibragens psicométricas desde 2012, resultando nesta versão atualizada, adaptada à língua portuguesa falada no Brasil e às características sócio-psicológicas específicas da nossa população e da nossa cultura.

Vale dizer também que o FPA não compara os resultados da pessoa avaliada com nenhum parâmetro externo a ela mesma, tais como média da população, padrões de “normalidade” etc. Pela própria característica do instrumento, o FPA também não permite que sejam comparados resultados de dois ou mais respondentes uma vez que os critérios de resposta são individuais e subjetivos. Em síntese, a análise dos resultados do FPA permite que comparemos o respondente com ele próprio e não com outros indivíduos.